O CEO Que Virou Motorista de APP Por Um Dia e Multiplicou o Valor da Empresa

A estratégia não convencional que transformou David Risher em referência de liderança e prova que marca pessoal é o ativo mais valioso que você possui.

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Quando Dirigir um Uber se Tornou Estratégia de CEO

Antes de vestir o crachá de CEO da Lyft, rival direta da Uber na América do Norte, David Risher decidiu começar pelo banco da frente. Cadastrou-se como motorista da própria empresa, pegou o carro e foi entender o negócio na prática. Nenhum vídeo, nenhuma coletiva, nenhuma equipe de marketing. Apenas curiosidade e coragem para liderar de baixo para cima.

Após a primeira corrida, publicou uma selfie com a passageira no LinkedIn. Em poucas horas, o post viralizou.

Mais do que uma ação simbólica, Risher deu uma lição sobre o novo papel do líder. Uma pesquisa* mostrou que três quartos dos consumidores afirmam que sua percepção sobre uma empresa está ligada à imagem do CEO. A confiança em uma marca começa e muitas vezes termina na forma como o CEO se comunica.

Fonte: estudo da Forrester Consulting citado por NetReputation, 2023; corroborado por pesquisa da Weber Shandwick, que indica que 66% dos consumidores afirmam que a reputação do CEO influencia diretamente a imagem da empresa.

A era em que bastava entregar resultados acabou. A liderança moderna exige presença, propósito e narrativa.

Neste artigo, você vai entender:

  • Por que CEOs estão adotando estratégias de influenciadores digitais

  • Como equilibrar autenticidade e responsabilidade corporativa

  • O que separa visibilidade estratégica de apenas “barulho” nas redes

  • E quais passos práticos você pode dar para construir autoridade digital sem comprometer sua agenda


De Porta-Voz a Formador de Opinião

Lembro do início da minha jornada como mentora de Personal Branding para executivos. O ceticismo era generalizado. “Não tenho tempo para redes sociais.” “Isso é coisa de blogueira.” “Meu trabalho fala por mim, não preciso me expor desse jeito.”

Muitos daqueles que me criticaram, hoje, pedem ajuda para estruturar sua presença digital e sair da estagnação.
E há um motivo claro para isso: o jogo mudou.

Uma pesquisa da Brunswick Group revelou que 59% dos investidores acreditam que CEOs ativos nas redes sociais são líderes mais confiáveis. E 91% dos colaboradores preferem trabalhar para líderes que se comunicam de forma aberta e transparente.


De Tradicional a Disruptivo

Veja a transformação recente:

Antigamente:

  • Aparições raras e ensaiadas

  • Comunicação mediada por assessorias

  • Distância institucional do público

  • Foco exclusivo em performance financeira

Hoje:

  • CEOs publicam bastidores e aprendizados reais

  • Compartilham vulnerabilidades e decisões difíceis

  • Engajam diretamente com colaboradores e clientes

  • Conectam propósito pessoal à missão da marca

No Brasil, Fabrício Bloisi, ex-CEO do iFood e atual CEO global da Prosus, é um exemplo claro dessa nova liderança. Ele usa o LinkedIn para falar sobre cultura, inovação e propósito, compartilha reflexões sobre como formar líderes melhores e transforma sua presença digital em uma extensão autêntica do seu estilo de liderança. Mantém também uma presença espontânea e inspiradora no Instagram, humanizando o cargo e aproximando-se das pessoas que lidera.

Assim como Satya Nadella, CEO da Microsoft, e Whitney Wolfe Herd, fundadora da Bumble Inc., Fabrício Bloisi entende que liderar hoje também significa influenciar com consciência e consistência.

Conclusão inevitável: quem não comunica será comunicado. E nem sempre da forma certa.


O Framework da Autenticidade Estratégica

Ao longo de anos mentorando executivos C-Level, percebi que o desafio não é estar nas redes, mas estar com propósito. Foi assim que desenvolvi o método PAVE, um modelo de presença digital autêntica e estratégica.

PAVE: os 4 Pilares da Liderança Digital

  1. Propósito Claro
    Defina por que você quer ser visto. Conecte sua narrativa aos valores da empresa e escolha temas que expressem sua visão de mundo.
  2. Autenticidade Calculada
    Seja humano, mas intencional. Mostre bastidores que ensinem algo, não tudo sobre sua vida.
  3. Valor Consistente
    Cada post deve informar, inspirar ou provocar reflexão. Conte experiências que virem aprendizados para outros líderes.
  4. Engajamento Intencional
    Responda comentários, participe de conversas relevantes e construa relações reais, não apenas seguidores.

Exemplo real: Risher, da Lyft, não publica cada corrida que faz. Ele seleciona histórias que reforçam cultura, propósito e visão de negócio. Isso é presença com sentido.


Os Riscos Reais e Como Mitigá-los

É preciso falar do lado B da exposição. Quando um CEO erra, não é só ele que paga o preço. É a marca inteira.

As 3 Armadilhas Mais Comuns

  1. Inautenticidade
    Conteúdos genéricos e “marketeiros” minam a confiança.
    ✅ Regra de ouro: se você não falaria aquilo pessoalmente, não publique.
  2. Timing Ruim
    Um post fora de contexto em momento de crise pode soar insensível.
    ✅ Tenha um protocolo mínimo de revisão para temas sensíveis.
  3. Sobrecarga
    Estar em todas as plataformas pode ser insustentável.
    ✅ Escolha uma ou duas redes onde seu público realmente está e domine-as com excelência.


O Futuro da Liderança É Híbrido

A fronteira entre líder corporativo e influenciador de ideias desapareceu. O que define relevância agora é a influência com propósito.

Três Tendências Irreversíveis

  1. Transparência Radical e Conteúdo Interativo
    Lives e conversas abertas estão substituindo relatórios frios. Líderes como Kaz Nejatian, da Shopify, conversam diretamente com investidores e clientes em tempo real.
  2. Micro-Momentos Autênticos
    Vídeos simples e pensamentos rápidos superam grandes produções. A nova geração valoriza naturalidade sobre perfeição.
  3. Posicionamento em Causas Estratégicas
    Temas ESG, diversidade e inovação não são mais opcionais; são diferenciais competitivos. CEOs coerentes em suas causas atraem talentos e investidores.

Insight-chave: executivos que dominarem essa linguagem híbrida nos próximos dois anos terão vantagem competitiva sobre 90% dos seus pares.


Seu Plano de Ação: 30 Minutos por Semana

O tempo não é o problema. A falta de método, sim. Veja como começar:

Semana 1 – Diagnóstico e Clareza

  • Revise seu perfil no LinkedIn (20 min)

  • Liste três temas que representam sua autoridade (10 min)

Semanas 2–4 – Teste e Ajuste

  • Publique um post semanal sobre esses temas (15 min)

  • Interaja com três líderes do seu setor (5 min)

Mês 2 em diante – Consolidação

  • Mantenha um ou dois posts semanais

  • Varie formatos (texto, carrossel, vídeo)

  • Avalie o que gera conexão genuína

Pergunta para reflexão: se um jornalista escrevesse sobre você com base apenas no que encontra online, que história ele contaria?


O Novo Imperativo da Liderança

Liderar, em 2025, é também comunicar.
Não se trata de virar TikToker ou blogueiro, mas de compreender que a influência é parte da liderança moderna.
Você pode deixar que outros definam sua narrativa ou pode assumir o comando dela.

Como disse David Risher: “Se parece forçado, ninguém vai acreditar.”
O segredo não é inventar uma persona digital, mas amplificar a voz do líder que você já é.


Lição de Casa

Pense na última decisão importante que tomou como líder.
Que aprendizado ela trouxe? Que mensagem deixaria se pudesse ensinar algo a partir dela?
Escreva três parágrafos sobre essa experiência e publique no LinkedIn esta semana.

Você não precisa ser influenciador. Precisa ser influente.

Pense nisso.

Quero saber: qual história da sua liderança ainda não foi contada?

Publicado por
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Liris Gonçalves

Mentora de Executivos | Palestrante | Ex-Diretora de Marketing internacional | +1.300 carreiras impulsionadas

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