Por que empresas estão deixando diplomas de lado e promovendo profissionais sem faculdade a cargos de liderança estratégica.
Quando Mariana iniciou sua carreira em marketing, tinha apenas um curso online, e poucos contatos. Conseguiu um estágio, entregou uma campanha que aumentou em 30% o volume de negócios em 3 meses e soube transformar esse resultado em visibilidade e credibilidade. Depois, buscou minha mentoria para desenvolver sua liderança e conduzir gestores mais velhos que ela. A combinação de posicionamento estratégico com entregas consistentes fez sua carreira decolar. Hoje, três anos depois, lidera o marketing de uma startup que fatura milhões, prova viva de uma tendência irreversível no mercado: diplomas seguem tendo valor, mas é a capacidade de transformar resultados em autoridade que decide quem avança.
A história de Mariana não é exceção.
Eneida Bini é um exemplo que desafia convenções. Começou como secretária na Avon e, em 2002, alcançou a presidência, impulsionada não apenas por visão estratégica, mas por uma marca pessoal sólida, construída sobre habilidade de influência e conexão, e um posicionamento que abriu portas antes mesmo do diploma. O que poucos sabem? Ela só concluiu sua graduação em Economia dois anos antes, em 2000. Sua trajetória mostra que, em muitos casos, o diploma não abre portas, ele apenas acompanha quem já aprendeu a atravessá-las.
Vivi parte da minha jornada na Avon e trago Eneida Bini como exemplo de que, em carreiras guiadas por resultado e influência, o diploma pode vir depois, como continuidade, não como ponto de partida.
O cenário revelado pelos dados
Segundo levantamento do LinkedIn Talent Solutions, 40% das empresas brasileiras dizem estar priorizando competências técnicas em vez de diplomas universitários nos processos seletivos.
Uma reportagem do Diário do Comércio identificou carreiras que chegam a R$ 10.000 a R$ 25.000 mensais em funções como gestor de tráfego pago, analista de tecnologia e técnicos especializados — profissões em que o peso recai sobre resultados, não sobre títulos acadêmicos.
Outro estudo aponta ocupações “sem faculdade” com ganhos de até R$ 15.000 no Brasil, muitas vezes em projetos autônomos ou funções técnicas de alto impacto.
Onde a mudança já é realidade
Gestores de Tráfego Pago dominam Google Ads, Meta Ads e funis de conversão. Muitos começam com cursos livres e, em poucos anos, faturam acima de R$ 20 mil mensais comprovando performance através de métricas concretas.
Em startups e grandes empresas, como Nubank, iFood e QuintoAndar, é comum ver líderes de Produto e Growth que não vieram de MBAs renomados, mas da atuação em projetos reais. Nessas empresas, o que pesa não é o diploma na parede, mas o posicionamento estratégico, a capacidade de gerar impacto e construir influência. A formação acadêmica ainda aparece, mas não é o que define quem chega ao topo.
As forças por trás da transformação
A mudança tecnológica acelerada cria ferramentas que surgem mais rápido que currículos acadêmicos conseguem acompanhar. A escassez de talentos em setores como tecnologia, energia e marketing exige entrega imediata, não promessas futuras. O cálculo custo-benefício mudou: anos de mensalidade universitária já não garantem empregabilidade, enquanto provas concretas de valor, cases documentados e métricas auditáveis, podem falar mais alto do que disciplinas cursadas.
Os limites da nova realidade
É fundamental entender que áreas reguladas como medicina, direito e engenharia civil, entre outras, exigem e continuarão exigindo diploma por questões legais e de segurança pública.
Nem todo curso rápido tem valor: a aplicação prática e os resultados mensuráveis são essenciais para validar o aprendizado.
O novo imperativo para profissionais e empresas
Para profissionais, ser técnico já não basta. É fundamental traduzir entregas em valor percebido e construir uma narrativa coerente sobre sua contribuição. Executivos estão descobrindo que cargo, crachá corporativo e diploma prestigioso não blindam carreiras. Autoridade hoje exige visibilidade estratégica e resultados comprovados.
As empresas, por sua vez, precisam repensar seu employer branding. Valorizar trajetórias diversas e aprendizado contínuo não é apenas inclusivo, é estratégico. Manter “diploma obrigatório” como filtro para ascensão na carreira pode significar perder talentos de alto desempenho que escolheram caminhos alternativos de formação.
A reflexão necessária
Este momento exige uma análise honesta sobre onde você ancora sua autoridade profissional. Se amanhã precisasse justificar seu valor no mercado, você teria provas concretas de impacto e resultados, ou apenas títulos de cargos e certificados? Sua competência técnica está traduzida em cases de sucesso visíveis, ou permanece oculta atrás de entregas não documentadas? O diploma ainda pode ser seu ponto de partida, mas certamente não é mais seu ponto de chegada.
Conclusão
O mercado já deixou claro: diplomas valem, mas não bastam. Entregar também não basta. A nova moeda é a combinação de competência real, comunicação estratégica e posicionamento inteligente.
Quem não entende isso continua acumulando entregas invisíveis. Quem entende, constrói autoridade.
Esse é o coração daquilo que chamo de Tríade da Autoridade Executiva: transformar sua trajetória em um posicionamento sólido, reconhecido e visível. Esse é o verdadeiro passaporte para sustentar crescimento contínuo e conquistar sucesso duradouro na carreira.




